quinta-feira, 29 de julho de 2010

Os filhos de Sakineh fazem um apelo ao mundo


Não permitam que os nossos pesadelos se tornem realidade. Protestem contra o apedrejamento de nossa mãe! Hoje nós estendemos nossas mãos às pessoas do mundo inteiro. Há cinco anos vivemos em estado de medo e terror, destituídos do amor maternal. Seria o mundo tão cruel a ponto de assistir essa atrocidade sem fazer nada? 

Somos os filhos de Sakine Mohammadie Ashtiani, Fasride e Sajjad Mohammadie Ashtiani. Desde a infância sofremos a dor de saber que nossa mãe está presa aguardando uma tragédia. Para dizer a verdade, o termo .apedrejamento. é tão horrível que evitamos usá-lo. Em vez disso, dizemos que nossa mãe está em perigo, que pode ser morta, e que precisa da ajuda de todos. 

Hoje, quando todas as opções se esgotaram e o advogado de nossa mãe sabe que ela está numa situação perigosa, nós recorremos a vocês. Recorremos ao povo do mundo inteiro, não importa quem sejam ou onde vivem. Recorremos a vocês, povo do Irã, a todos os que já experimentaram a dor e a aflição do horror de perder um ente querido. 

Por favor, ajudem nossa mãe a voltar para casa! 

Estendemos nossas mãos sobretudo aos iranianos que vivem no exterior. Ajudem-nos a evitar que esse pesadelo se torne realidade. Salvem a nossa mãe. Somos incapazes de explicar a angústia de cada momento, de cada segundo de nossas vidas. As palavras não dão conta de articular o nosso medo... 

Ajudem-nos a salvar nossa mãe. Escrevam às autoridades pedindo a sua libertação. Digam-lhes que não há nenhum querelante e que ela não fez nada de errado. Nossa mãe não pode ser morta. Será que há alguém nos ouvindo e correndo em nosso socorro? 

Faride e Sajjad Mohammadie Ashtiani

sábado, 24 de julho de 2010

Eu apoio Lídide para o senado federal

por Nereida Mazza

A participação política das mulheres no Brasil é um marco histórico e tem se ampliado desde a luta sufragista pelo direito ao voto em 1932, momento em que pela primeira vez algumas mulheres votaram. Isto porque o código permitia apenas que mulheres casadas (com autorização do marido), viúvas e solteiras com renda própria pudessem votar.

Entretanto, o direito a votar e ser votada revelou-se insuficiente para superar práticas excludentes construídas em bases patriarcais. Sabemos que esse padrões/valores e atitudes discriminatórias ainda permanecem profundamente arraigados em relação às mulheres. Ainda hoje, as pesquisas revelam que as mulheres recebem, em média, apenas 63% do salário dos homens, ainda são vítimas de violência sexual e doméstica, de assédio sexual e moral, de duplas/triplas jornadas de trabalho (a lista é imensa)...

Na arena política, ainda não conquistamos a paridade com os homens, estamos com uma sub-representação, do total dos deputad@s federais, eleit@s em 1998, apenas 7,6% eram mulheres, o mesmo ocorrendo no Senado Federal.  

As nossas questões não se esgotam aqui, nossa luta por direitos de cidadania não param, já temos algumas vitórias, por exemplo, a cota de 30% das vagas nas chapas em eleições para cargos proporcionais, a conquista da Lei Maria da Penha, a licença mataernidade, entre outras.

No limiar do terceiro milênio a ampliação da efetiva participação das mulheres na vida política se faz imprescindível, não apenas como eleitoras, mas principalmente como ocupantes eleitas de todos os cargos.
Agora, na Bahia, nós mulheres temos a possibilidade real de ver concretizada a eleição da primeira representante ao Senado, LÍDICE DA MATA- nº 400. 

Gostaríamos de convidar todas vocês para se juntar a nós nessa campanha para eleger Lídice da Mata nossa representante no Senado. Contamos com sua mobilização, seu apoio, feito boca a boca, através das suas redes tecnológicas (e-mails, twitter, orkut, etc.), enfim. Também, colocamo-nos à disposição para ouvir e receber sugestões e propostas para o programa.

Aproveitamos para solicitar depoimentos favoráveis à candidatura de Lídice ao Senado que serão colocados no site de campanha. Para isso precisamos do apoio e colaboração de todas. Esse depoimento deve conter no máximo três linhas, dizendo o porquê do seu apoio, pode ser enviado para o e-mail lidice@lidice.com.br, ou para o meu e-mail, nereida@lidice.com.br. Vale lembrar que é importante conter sua identificação, nome e profissão.
 
A eleição de Lídice significará mais um obstáculo vencido para nós mulheres e trará certamente para o âmbito público, novas condudas e dinâmicas.
A hora é essa, por mais mulheres no PODER!!!! 

 
Nereida Mazza
Assessora Parlamentar de Gênero
D e p u t a d a  F e d e  r a l   L í d i c e   d a  M a t a
Rua Jacobina nº 64, Edf. Empresarial Rio Vermelho
Salas 501/502 - Rio Vermelho
Cep 41 940-160 / Salvador Bahia
(71) 3240-3455 / 3240-3326


quinta-feira, 22 de julho de 2010

Por que voto em Lídice da Mata

Perfil


Lídice da Mata e Souza - É formada em Economia pela UFBA. Durante sua vida acadêmica, Lídice foi voz ativa dos estudantes baianos na luta contra a ditadura militar e foi a primeira mulher a ser eleita para a presidência do DCE (Diretório Central dos Estudantes) da universidade.

Em 1982, foi eleita vereadora de Salvador. Durante a sua passagem pela Câmara Municipal de Vereadores , entre 1983 e 1987, Lídice liderou uma bancada de 26 vereadores  e participou ativamente na campanha pela redemocratização do Brasil.  

Foi Deputada Federal Constituinte, sendo uma das coordenadoras da bancada feminina que conseguiu incorporar à Constituição  de 1988, os direitos humanos, da mulher e da criança e do adolescente e ainda concentrando esforços de seu trabalho em questões referentes à educação e à saúde. 

Em 1993, foi eleita a primeira mulher Prefeita de Salvador onde implementou o Projeto “Cidade Mãe”, ainda hoje, entre a população mais carente e humilde de Salvador, o projeto é referência de atendimento humanizado com assistência pública de qualidade.

Em 1998, foi eleita Deputada Estadual  e nas Eleições de 2006 foi eleita  Deputada Federal pelo PSB sendo a mais votada na capital baiana e uma das mais votadas da Bahia.

Na Câmara dos Deputados, foi eleita Presidente da Comissão de Turismo e Desporto no período de 2007 a 2008. 

Atualmente a Deputada Lídice da Mata é Presidente do PSB da Bahia, nossa candidata a Senadora ao lado do Governador Jaques Wagner.

Uma mulher de fibra forte


Lídice, mais uma vez se tornará um marco histórico para o povo da Bahia. Muito mais significativo para as mulheres baianas. A primeira e única mulher a ser prefeita da capital do estado, também assume o desafio de tornar-se a primeira senadora.

Mais, uma vez, nós, mulheres do PSB de Vitória da Conquista, estamos juntos com Lídice nessa caminhada. 



Maris Stella Schiavo Novaes
Secretária da Mulher – PSB



sexta-feira, 16 de julho de 2010

Mais de 41.500 mulheres assassinadas em uma década

Entre 1997 e 2007, 41.532 mulheres foram assassinadas no país, o que resultou numa média macabra de 10 brasileiras mortas por dia. O índice de 4,2 assassinadas por 100.000 habitantes coloca o Brasil acima do padrão internacional.

Campanha eu apoio Lídice da Mata para Senadora

Estamos precisando  urgente de depoimentos favoráveis à candidatura de Lídice ao Senado  para colocar no site de campanha; para isso, precisamos do apoio de todos. Enviem pequenos depoimentos de no máximo três linhas, dizendo porque apoia. 

Exemplo:
  • Apoio Lídice para senadora porque  é um nome que honra a Bahia na politica",  
  • Apoio Lidice para o Senado pela sua história e coerencia politica" 
  • Meu voto para o senado é Lídice, mulher de luta...                                         

Mandem depoimentos para o e-mail: lidice@lidice.com.br 

Quando o site estiver no ar, terá  um link para isso. 

PS: É importante a identificação, nome e profissão.
--
Carmela Talento
(71)99675153
Blog do Rio Vermelho

Campanha de Combate à Violência Contra a Mulher

Este vídeo é peça da Campanha de Combate à Violência Contra a Mulher feita pelo Centro de Referência de Mulheres da Maré, projeto de Extensão do Núcleo de Políticas em Direitos Humanos - NEPP-DH (órgão suplementar do CFCH- UFRJ), que aguarda registro na Ancine para ser veiculado na TV.


Realização: Centro de Referência de Mulheres da Maré - Carminha Rosa
Atores: Grazi Golandin e Fábio D'Lélis
Narração: Bete Mendes
Produção: Ozônio Produções
Direção e Finalização: Mikair José
Ass. Direção: Nicolas Viggiani
Fotografia: Gustavo Nasr















Era uma vez...Uma reflexão sobre os contos de fadas

Era uma vez.. Uma reflexão sobre os contos de fadas.: "Segundo a fotógrafa canadense Dina Goldstein na série 'Fallen Princess', depois da chegada do príncipe, as princesas nunca mais foram felizes [...] Na real, uma relação entre um homem e uma mulher é uma constância entre qualidades e defeitos. Com características positivas e negativas"

Internet: Veja o que pode e o que não pode na campanha eleitoral

Internet: Veja o que pode e o que não pode na campanha eleitoral 2010...: "A reforma eleitoral aprovada pelo Congresso Nacional transformou-se na Lei nº 12.034/2009 que estabeleceu as normas para as eleições..."

Reforma eleitoral 2010...

Confira os pontos da reforma eleitoral aprovada na...: "O texto aprovado pela Câmara modifica a lei dos partidos e a lei eleitoral, e confirma resoluções do TSE para a campanha eleitoral do ano qu..."

Quem procura acha

As mulheres no poder: "Tem um ditado popular que diz que quem procura acha... De fato! mas, as vezes acontece até da gente encontrar o que nem estava procurando...."

Elas Votam - Pequenas histórias da mulher na vida ...

Elas Votam - Pequenas histórias da mulher na vida ...: "Pequenas histórias do voto feminino no Brasil. As pioneiras pela cidadania eleitoral."

MULHERES DA POLÍTICA, UNI-VOS!: Mais Mulheres no Poder

MULHERES DA POLÍTICA, UNI-VOS!: Mais Mulheres no Poder: "Mais Mulheres no Poder Como noticiou a Agência Câmara, a bancada feminina da Câmara dos Deputados prepara uma ação suprapartidária para as ..."

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MULHERES DA POLÍTICA, UNI-VOS!: Acorda, Raimundo... Acorda! As mulheres vão domina...: "Acorda, Raimundo... Acorda! É um curta-metragem que dá estímulo a reflexões sobre a tradicional construção da masculinidade. Os papéis d..."

MULHERES DA POLÍTICA, UNI-VOS!: Nossos políticos se inspiraram na Roma antiga!

MULHERES DA POLÍTICA, UNI-VOS!: Nossos políticos se inspiraram na Roma antiga!

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MULHERES DA POLÍTICA, UNI-VOS!: O tráfico de seres humanos é crime. Denuncie!: "Utilidade Pública O tráfico de seres humanos é considerado um crime transnacional, já que atinge todos os países do mundo como locais de or..."

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MULHERES DA POLÍTICA, UNI-VOS!: Mulheres filiem-se ao PSB! O tempo de mudar a hist...: "Um partido forte depende da força e da união de seus filiados e filiadas! O tempo de mudar a história é agora! Saudações socialist..."

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Violência doméstica: "É muito importante que o limite seja posto pela mulher.

Este trabalho, realizado por um grupo de mulheres, cantoras de rap Atitude Feminina, aborda o universo intrínseco da violência doméstica, muitas vezes, iniciada a partir de pequenas concessões que deterioram em casos fatais. 

Violência contra mulher: Marias ainda sofrem


Às vésperas de completar quatro anos, no dia 7 de agosto de 2006, a lei Maria da Penha está longe de inibir a prática de violência contra mulher. No Brasil, cerca de 70% dos crimes contra as mulheres acontecem no âmbito doméstico e os agressores são os maridos ou companheiros. A cada quinze segundos uma mulher é espancada por um homem com quem mantém ou manteve uma relação afetiva.

Dois casos de grande repercussão, o assassinato da advogada Mércia Nakashima, 28 anos, que teve o veículo jogado na represa de Nazaré Paulista (64 km de São Paulo), e o desaparecimento da modelo Eliza Samudio, 25 anos, que tentava comprovar a paternidade do goleiro do Flamengo, Bruno Fernandes, de quem teria sofrido ameaças de morte, representam esse alto índice de crimes contra a mulher no país.

Em Salvador, os índices de violência contra as mulheres são alarmantes. No ano passado, foram registradas 8.581 ocorrências policiais na Deam – Delegacia Especial de Atendimento à Mulher - que abrange ameaças, agressões morais, lesões corporais, espancamentos, estupros, dentre outras formas de violência.

A delegada da Deam de Periperi, Olveranda Oliveira, afirma que a lei Maria da Penha foi fundamental para coibir a violência e incentivar mulheres a denunciarem, entretanto ainda é grande o número de ocorrências. “Desde que foi sancionada, se fala muito na lei Maria da Penha, essa divulgação é fundamental para coibir a prática, hoje as mulheres estão mais corajosas, denunciando cada vez mais. Já os homens estão cientes da lei”, explica.

Poucas mulheres sabem, mas ameaça também deve ser denunciada. “A simples ameaça constitui um crime, portanto a mulher que estiver sendo ameaçada deve prestar uma queixa, para que seja instaurado um inquérito e que as devidas providências sejam tomadas a fim de preservar a vítima”, orienta

“A modelo Eliza, por exemplo, tomou as providências legais, em relação ao possível agressor, no entanto, quando se está sob ameaça o ideal é evitar o encontro, se fazer acompanhar, para evitar mal maior”.

Lei Maria da penha

A delegada ressalta também que “por menor e menos ofensivo que pareça qualquer tipo de agressão deve ser levada ao conhecimento da delegacia, porque toda agressão tende a se agravar”, concluí.

A Lei Maria da Penha foi sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva com objetivo de criar mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra as mulheres. Esta lei também conceitua e define as formas de violência vividas pelas mulheres cotidianamente: física, psicológica, moral, patrimonial e sexual. Além disso, determina a criação de juizados especializados, com competência cível e criminal para abranger as questões de família decorrentes da violência contra as mulheres, e proíbe a aplicação de penas pecuniárias (pagamento de cestas básicas ou multas) aos agressores.

Geisa Santos, coordenadora da Superintendência de Políticas para as Mulheres da Secretaria de Promoção da Igualdade do Estado da Bahia (Sepromi), afirma, em 2007, foi elaborado um documento, para auxiliar na execução de ações de política voltadas para as mulheres. Dentre essas ações estão o enfrentamento a todas as formas de violência contra as mulheres.

“Para auxiliar a prática da lei Maria da Penha, além das Delegacias de atendimento as mulheres, foram implantados na Bahia, quatro Centros de Referência (nos municípios de Salvador, Lauro de Freitas, Juazeiro e Vitória da Conquista) e de apenas uma Casa-Abrigo.

As Casas-Abrigo são equipamentos públicos para onde vão as mulheres - e seus filhos e filhas - que correm risco de morte. É uma moradia temporária para famílias que já não podem mais voltar para suas casas, nem têm a quem recorrer”.

Violência contra a Mulher - Denuncie na primeira ameaça, no primeiro sinal de violência e salve uma vida. Disque 180.



Esta campanha é do blog Mis Trend, estamos aderindo e chamando nossas seguidoras que também são blogueiras para que também adiram e ajudem a divulgar.

É por uma boa causa!

quarta-feira, 7 de julho de 2010

A vítima julgada pela imprensa

Caso Eliza Samudio


Eliza Samudio provavelmente vai fazer parte de uma estatística que coloca o Brasil acima do padrão internacional: o assassinato de mulheres (são dez por dia no nosso país) por motivos torpes. Elisa – por enquanto considerada desaparecida – é a ex-namorada (ou amante, como preferem alguns jornais e revistas) do goleiro Bruno, do Flamengo.

O estudo Mapa da Violência no Brasil 2010 mostra que as taxas de assassinatos femininos no Brasil são mais altas do que as da maioria dos países europeus, cujos índices não ultrapassam 0,5 casos por 100 mil habitantes, mas ficam abaixo das nações que lideram a lista, como África do Sul (25 mulheres em cada 100 mil). No Brasil são 4,2 mulheres por 100 mil habitantes: "Quanto mais machista a cultura local, maior tende a ser a violência contra a mulher", diz a psicóloga Licursi Prates em matéria publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo (4/07/2010). Segundo o estudo, mulheres são mortas por questões domésticas: os assassinos são atuais ou antigos maridos, namorados ou companheiros. "Por serem ocorrências domésticas, às vezes a prevenção é mais difícil", disse a delegada Elisabete Sato, chefe da divisão de Homicídios do DHPP, ao jornal.

O caso de Eliza Samudio poderia até não vir a ser parte das estatísticas de mulheres assassinadas, mas já figura entre os dados de agressão. Em outubro de 2009, ela foi entrevistada pelo jornal Extra, do Rio de Janeiro, depois de prestar queixa de agressão (por parte do goleiro Bruno). Na época, grávida de cinco meses, ela declarou ter sido drogada e espancada pelo goleiro, que teria feito ameaças de morte a ela – e suas amigas – caso fizesse denúncia de maus-tratos por parte dele (e seus amigos).

A notícia, então, não repercutiu. Afinal, tratava-se apenas de mais uma mulher agredida pelo companheiro. Nem o fato do agressor ser uma celebridade, tão ao gosto da mídia, causou repercussão maior.

Intimidação "de arma em punho"

A história de Eliza só virou manchete depois do seu desaparecimento e foi capa de Veja desta semana. Uma história sórdida, onde não há mocinhos. Ao falar da moça, a revista mostra Eliza como uma "maria chuteira" (mulheres que estão sempre atrás de jogadores de futebol) e termina, por meio da análise de um psicólogo, dizendo que ela sofria (ou sofre) de um distúrbio chamado transtorno de personalidade dependente. Como explicou à Veja o psicólogo Antonio de Pádua Serafim, do Hospital das Clínicas de São Paulo, "a pessoa passa a ser dominada por pensamentos obsessivos pautados pela ameça de perda e tenta, a todo custo, reconquistar o objeto do desejo". Dava a impressão de que era uma daquelas matérias em que a vítima era analisada, julgada e condenada. Como no tempo em que os homens matavam mulheres, alegavam legítima defesa da honra e saíam impunes do tribunal.

Mas, felizmente, a revista escapou dessa armadilha ao falar do goleiro Bruno. O goleiro, entrevistado pela revista, declarou ter conhecido Eliza numa orgia ("Tinha mulher, homem, amigas dela, jogadores, uma p.... Essas festas são comuns no nosso meio.") e disse: "Rezo para que Eliza apareça. Quando isso acontecer, se eu for o pai, vou brigar pela guarda, porque abandonar uma criança é coisa que não se faz." Concedido o direito de defesa, a revista fala do acesso de fúria do jogador quando Eliza ameaçou tornar púbica a gravidez e diz, no condicional, que ele "teria intimidado a ex-amante de arma em punho".

Motivo torpe

Mas, de toda a matéria especial de Veja, talvez o melhor seja o box "Famosos acima da lei". Logo no início, diz que "Bruno Fernandes é o terceiro jogador do rubro-negro a protagonizar um caso de polícia nos últimos meses". Todos, segundo a revista, "tratados com a complacência habitualmente reservada aos jogadores famosos pegos em flagrante desvio de conduta". Depois de citar os casos envolvendo jogadores, a revista conclui: "Diante de tanta naturalidade perante comportamentos que beiram o banditismo, parece natural que alguns craques ajam como vêm agindo – como se estivessem acima da lei."

Talvez essa complacência policial explique por que a delegacia encarregada do exame toxicológico feito em Eliza em outubro (para saber se ela tinha sido forçada a ingerir medicamento abortivo) só agora tenha sido divulgado. Errou a polícia, mas errou também a imprensa, que não deu a menor importância à denúncia feita por Eliza quando ela dizia que tinha sido drogada pelo jogador que, segundo ela, se declarou capaz de matá-la e ficar impune "porque sou frio e calculista". Se Veja tivesse se dado ao trabalho de assistir à entrevista da moça ao jornal Extra, ainda hoje disponível no YouTube, o tom de toda a matéria poderia ter sido outro. Talvez a revista tivesse mostrado uma jovem assustada, e não apenas a moça promíscua que teve, como ponto alto de sua carreira, a participação em um filme pornô de título impublicável.

A revista também esqueceu de dizer que, seja qual for o comportamento, Eliza – ou qualquer outra pessoa – não poderia ser espancada ou morta por motivo torpe.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

POR MIM, POR NÓS E PELAS OUTRAS: NÃO À VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER

Petição para as mulheres
“No Brasil, as agressões contra as mulheres ocorrem a cada 15 segundos e os companheiros são responsáveis por quase 70% dos assassinatos do sexo feminino.” 


A aprovação da Lei Maria da Penha foi um avanço ao tornar crime a violência contra as mulheres. Entretanto, não haverá segurança de fato, enquanto prevalecer a cultura que legitima o poder do homem sobre a mulher, em relações hierarquizadas nas quais é frequente o uso da violência, por parte dos homens, para impor sua vontade. 

No primeiro semestre de 2010 foram noticiados vários casos no Estado do Rio de Janeiro, sendo o mais recente o desaparecimento de Eliza Samudio, 25 anos, ex-namorada que vinha tentando provar que o goleiro do Flamengo, Bruno, era pai de seu filho. 

Em outubro do ano passado, Eliza Samudio apresentou queixa contra Bruno na Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) de Jacarepaguá, por sequestro, ameaça e agressão. Em seu depoimento afirmou que Bruno e dois amigos a obrigaram a ingerir remédios abortivos e que o goleiro fez ameaças com uma arma apontada para sua cabeça. 

Na ocasião, o laudo do Instituto Médico Legal apontou "vestígios de agressão". A delegada Maria Aparecida Mallet chegou a pedir medidas protetivas que impediam Bruno de aproximar-se mais do que 300 metros com relação a Samudio e sua família. 

As providências tomadas pela vítima, não foram suficientes para proteger sua vida, e Samudio encontra-se desaparecida há mais de 3 semanas. A notícia vem dominando a imprensa. 

Entretanto, outros casos de violência praticada por companheiros contra mulheres vêm à tona ao mesmo tempo: 

Orestina Soares, de 53 anos, foi morta a pedradas por seu namorado em Duque de Caxias; 
Antônia Eliane Farias, em novembro do ano passado, foi torturada por seu ex-marido com mais de 30 facadas pelo corpo e em conseqüência está obrigada a usar próteses e caminhar com a ajuda de muletas; 

Dayana Alves da Silva, 24 anos, morreu após dois meses de internação, em conseqüência de queimaduras provocadas por seu ex-marido enquanto trabalhava, no Engenho de Dentro. Esta jovem já havia registrado três ocorrências contra o ex-marido em uma DEAM, inclusive no dia anterior ao crime, sem que qualquer providência fosse tomada. 

Temos acompanhado estarrecidas o caso ocorrido em São Paulo, do desaparecimento e assassinato de Mércia Nakashima, em que o principal suspeito é seu ex-namorado. 

Em Lauro de Freitas, Bahia, no dia 17 de abril, Mônica Peixinho, 28 anos, foi encontrada morta com um tiro na nuca. O principal suspeito do assassinato é seu companheiro, que continua solto. 

Estes e tantos outros casos de violência contra mulheres Brasil a fora, que na maior parte das vezes não são noticiados pela grande imprensa, atestam que a segurança para nós mulheres, depende da aplicação da Lei Maria da Penha sem exceções. Atestam também que esta indigna realidade não mudará enquanto persistir a impunidade dos criminosos e a banalização desses eventos; enquanto não houver acesso a profissionais capacitadas (os) para um atendimento digno e eficiente para as vítimas que chegam às DEAMS com sua denúncia, reunindo uma coragem que muitas vezes lhes falta; enquanto o Estado não for capaz de garantir a segurança das mulheres que tentam romper o ciclo de violência. 

No Brasil, torna-se imperativo que as medidas protetivas sejam efetivamente implementadas. As mulheres têm o direito de contar com a proteção da Polícia, e com o acompanhamento jurídico e psicológico por parte do Estado. Faz-se urgente a criação dos Juizados Especiais de Violência Doméstica e Intrafamiliar como ferramenta essencial para coibir estes casos. Estas são medidas previstas na Lei Maria da Penha, que não estão sendo implementadas. 

É tempo de questionar a cultura e os valores, cotidianamente ensinados em nossa sociedade, de que os corpos e as vidas das mulheres possam estar ‘a disposição de homens, sejam estes pais, padrastos, amantes, namorados, amigos, companheiros... 

Até quando nossa sociedade aceitará essas injustificáveis violências, agressões, torturas e mortes de mulheres? Até quando permitiremos que o relacionamento amoroso seja usado como justificativa para manter posse, poder e domínio sobre as mulheres? 

Uma velha frase feminista infelizmente não perdeu sua atualidade: QUEM AMA NÃO MATA

Em nossa sociedade está provado: O MACHISMO MATA!!! 

Por isso devemos nos unir e espalhar por todos os cantos deste país: Basta de machismo! Basta de violência! Basta de mortes!! 


POR MIM, POR NÓS E PELAS OUTRAS: NÃO À VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER! 



Rio de Janeiro, 30 de Junho de 2010.